quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Amor e o sentimento de queda livre

Fotografia da série La Chute, do francês Denis Darzacq


Desculpas pelo desaparecimento, afiadas e afiados... mas eu tenho um bom argumento!

Não sei se isto acontece com todo mundo, mas tenho andado tão apaixonada, tão apaixonada, que tenho medo do fim. Porque eu sei que a eternidade do amor não foi, na minha opinião, melhor descrita por ninguém do que por Vinícius de Moraes. Eterno enquanto dure.

Me peguei desejando que este amor acabe logo. Mas sem crises. Que passasse logo para a fase em que a gente se lembra da pessoa que já amou com um certo carinho, mas ela não tem mais interferência na sua vida, ela não determina mais o que você pensa no dia, como come, o que sonha. Esta pessoa passa a não ter mais o poder de te machucar, te magoar. Porque quando estamos apaixonados tudo é extremo e simples. Maniqueísta.

Se ele me liga, quer dizer que se importa comigo, me respeita, me ama. Se não liga, é porque eu fiz algo de errado, é porque eu não dou a atenção devida, é porque eu engordei! É, nós, mulheres inventamos histórias e motivos ridículos na cabeça só porque vocês não nos telefonam, rapazes! Somos meio neuróticas. E, às vezes, egocêntricas. Porque às vezes são nossas ações (ou a falta delas) o motivo da não ligação, ou da não visita, ou do não aparecimento. Nunca o chefe, o trabalho, o trânsito, a falta de crédito no celular. Ou então é porque é um sacana filho da puta.

Me peguei pensando também se o amor é sentimento, consideração, carinho, troca de afinidades, porque que a gente tem tanta necessidade de tocar, de estar junto, de beijar, de abraçar, de sexo!...??? Não seria mais simples se uma conversa de uma hora no telefone com trocas de consideração, carinho, afinidades suprisse todo o nosso desejo de amor?

Me parece que os deuses, a química e a física quântica tem necessidade em dificultar o caminho e nos sacanear um pouco. Acho que seria algo mais ou menos assim. Conversa entre os deuses no Olimpo: Nós vamos criar esta coisa maravilhosa chamada amor, mas o neguinho que resolver experimentar isto, meu amigo, vai ter que sofrer também! Que moleza é esta de curtição o tempo todo?! Não! Fulaninho vai ter que sentir o coração fora do peito de vez enquanto que é pra desconfiar que é mortal!

Peep Toe

4 comentários:

Anônimo disse...

Entendo perfeitamente como é isso.
Somos meras mortais, mesmo assim os anjos nos invejam pela nossa capacidade de amar e sermos amadas e ainda morrer por amor.
É assim que me sinto quando estou apaixonada: que vou morrer de amor!

Mary Jane disse...

Nossa, isso tudo é verdade.. eu tb estive sumida por motivos parecidos...
já assistiram Romance? Não existe paixão sem o medo de sofrer quando a mesma acabar...
Amor é sofrimento, e nós adoramos.
Gostaria realmente de me desapegar dessas coisas e apenas amar, amar amar

Pantufa disse...

adoreiii!!

Anônimo disse...

Arrasou Peep! Amei o texto.
Acabei lembrando de ti Mary Jane...

:)

Beijos pra todos.