quarta-feira, 20 de maio de 2009

O Sol de Cada Coisa


"Não sei com que roupa
vou vestir o meu dizer
palavras são panos poucos
a cobrir tantos abismos"

Acredito que quando um artista joga pro mundo a sua obra, ele perde todo e qualquer direito sobre ela. Inclusive o direito autoral. Podemos tomar como exemplo a poesia: todo um que lê, a reescreve de acordo com a sua interpretação, com o seu olhar - com a sua subjetividade.

Quem se entrega assim, o faz porque ama. Ama o poder que as palavras exercem sobre nós, criando, recriando, construindo e desconstruindo o tempo inteiro. E eu conheço um amante... Um amante real e fiel, que leva a vida divulgando por aí o incrível prazer que desperta a leitura.

Meu professor, Batista de Lima, poeta, me deu de presente seu último livro e eu gostaria de dividir com vocês um pedacinho do que era dele... e agora é do mundo.

O Sol de Cada Coisa traz vários poemas com sabores diversos: sabor de terra, de nostalgia, de paixão... É um livro que dá friozinho na barriga a cada página virada. E pra quem acha que poesia é um troço difícil, pode ficar tranquilo. Nele a linguagem flui tão naturalmente que parece até que a gente tá pensando alto!

"Há dias em que pareço uma tarde quente
Há outros em que pareço um policial sem farda
Noutros pareço com Roberto Santos Cunha
(que não sei se existe)
Há dias à noite em que pareço a manhã que
virá, ou a tarde que passou
Há outros em que um lobo uiva para fora dos
meus tímpanos
Há, no entanto, certos dias que se tornam
quase insuportáveis
Nesses eu pareço comigo mesmo"


No mais... Fica a dica.

Miss All Star

Um comentário:

Srta. Scarpin disse...

bacana miss